Felicidade afetiva é uma forma de ativismo. Como um ladrão tentando burlar o sistema de (in)segurança generalizado, o militante dos bons afetos é feliz principalmente quando as câmeras não captam seus movimentos. Ser feliz, mas feliz "de verdade", é uma forma de ativismo obscura, porque começa nas vísceras e ali ninguém vê. Como todo ativismo, ser feliz é redundante, porque fala do óbvio. Fala que é preciso viver de uma beleza mais simples e terrena, visceral como as minhocas, e a maioria de nós não quer ser tão prosaico e mundano. Na foto, meu presente preferido, um par de corações de madeira comprados em uma papelaria para dizer: fiquei feliz ao me lembrar de você.
Lívia M. Milanêz @livia.mmilanez
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